Deitaram-se no chão do deserto, e ficaram fazendo pedi-
dos às estrelas cadentes.
— Você já teve a sensação de que, em determinados mo-
mentos de sua vida, alguém está olhando você fazer as coi-
sas? — perguntou Paulo.
Chris lembrou-se da sua adolescência.
— Neste momento — continuou ele — criamos uma es-
pécie de filme, onde somos os personagens principais, e agi-
mos na certeza de que alguém está vendo. Depois, quando cres-
cemos, começamos a achar isto ridículo — coisa de criança
que quer ser ator ou atriz de cinema.
“Esquecemos que naqueles momentos em que represen-
távamos para uma platéia invisível a sensação de sermos vis-
tos era muito forte”
— Quem nos vigia? — perguntou ela.
— Anjos. Os mensageiros de Deus.
Ela manteve os olhos fixos no céu. Queria acreditar
naquilo.
— Todas as religiões, todas as pessoas que já viram o Ex-
traordinário, falam em anjos — disse Paulo.
Mesmo que Paulo achasse que ela estava sendo infantil,
Chris tomou coragem e fez a pergunta:
— Eles têm asas?
Em 1988, Paulo Coelho e sua mulher, a artista plástica
Christina Oiticica, passaram quarenta dias no deserto do Mo-
jave, em busca de uma das mais importantes experiências mís-
ticas do ser humano: a conversa com o Anjo da Guarda.
As armadilhas do deserto, o processo mágico da Canali-
zação, os conflitos do casamento, a simplicidade da busca, o
surpreendente encontro com mulheres que já tinham visto seus
anjos — tudo isto faz de AS VALKÍRIAS um livro indispen-
sável para aqueles que estão procurando criar e participar de
um novo mundo.
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