Peso | 277 g |
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Dimensões | 21 × 14 × 1 cm |
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O Prisioneiro
R$6,00
ERICO VERISSIMO explica assim a gênese de seu novo romance, O PRISIONEIRO: “Sentado à sombra duma árvore, no quintal da casa de meu genro, em Washington D. C., eu dividia a atenção entre o jornal do dia – noticias do guerra no Vietname – e os movimentos e gritos de meus três netos, que brincavam sobre a relva. Mike, o mais velho, procurava atingir os outros com o jorro d’água que saía do mangueira que tinha nas mãos. A imaginação do romancista começou a trabalhar. Mike, feito homem, lá estava num uniforme verde-oliva de fuzileiro, capacete de aço na cabeça, empunhando um lança-chamas e queimando vivos guerrilheiros inimigos… Depois imaginei-o morto, ao fim dum combate, em meio dum matagal, em alguma parte do mundo… Por quê? Em nome de quê ou de quem? É estúpido e criminoso arrancar um rapaz do convívio da família, da comunidade ou do universidade para atirá-lo numa guerra sórdida e insensata, em nome de mitos ou de fantasias geopolíticas. O otimista, um dos alegres inquilinos do meu ser, reagiu: Não seja mórbido! Daqui a nove anos, quando teu neto estiver em idade militar, esses problemas todos estarão resolvidos. . . Mas o pessimista que habita o meu sótão interior, replicou: Era exatamente isso que se dizia em 1950, durante a campanha da Coréia. “Um ano mais tarde, já no Brasil, eu entregava à Editora Globo os originais de O PRISIONEIRO, espécie de parábola moderna em torno de alguns aspectos da estupidez humana, como a guerra e o ódio racial, bem como um comentário à margem das muitas prisões do homem, como peça da Grande Engrenagem. Não sou ingênuo nem pretensioso a ponto de esperar que um romance meu possa ter a força de alterar o curso da História ou mesmo de influir na solução de alguns dos muitos e complexos problemas do homem moderno. Seja como for, O PRISIONEIRO vale como um gesto e um protesto, orientados ambos paro a paz e para um melhor entendimento entre as criaturas humanas, acima de diferenças nacionais, raciais, religiosos ou politicas. Compreendi há muito que não podia continuar sentado à sombra duma árvore, silencioso e omisso, vendo e sentindo o mundo e as dores de seu tempo através apenas de notícias de jornal.
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